17 de julho de 2011

Acidente de bicicleta

Sábado, lá pelas cinco da tarde, resolvi dar uma voltinha de bicicleta. Não sei o que deu em mim, pois há muito tempo eu não andava nesse veículo de duas rodas. Na última vez que o fiz, eu tinha alguns anos a menos, alguns quilos a menos, e bastante disposição a mais, mas, se eu paro para pensar nessas coisas, aí é que eu não saio, mesmo.



Comecei a pedalar, achando tudo muito gostoso, apesar dos buracos, e como tem buracos em Marília, você já reparou? No Jardim Continental, então... Quando eu estou de carro, acho ruim tantos buracos, mas não percebo nem a metade do que quando saí de bicicleta.  Inventei então uma brincadeira: desviar dos buracos sem ser atropelado. Fui brincando assim até chegar na Esmeralda, avenida bonita, plaina, ampla... 
Ao longe percebi uma Ferrari F-430, que pertencia ao Sizefredo, que antes chamávamos Sizo. Esse sujeito deu uma sorte... Progrediu muito. Há menos de dez anos foi trabalhar de auxiliar de despachos no Porto, e, na época, tinha apenas uma bicicleta velha. Nem uma Brasilia ele conseguira comprar.  Poucos anos depois, conseguiu casa bonita, apartamento de luxo, carrões...  Agora, a Ferrari. Muita sorte. E, pelo que eu sei, não é político.

Bem, eu estava pedalando e vi a Ferrari, então decidi chegar junto para ver o carrão mais de perto. Fui pedalando devagar, ainda na brincadeira com os buracos, quando, ao lado da Ferrari, uma pedra no meu caminho. Parei a bike junto à calçada, recolhi a pedra do meio da rua e joguei-a em um dos buracos ali perto. Nisso o Sizo apareceu, e nem me olhou. Acelerou seu carrão e saiu beeeem devagarinho. Se eu quisesse andava emparelhado com ele, sem esforço nenhum.
Montado, continuei o passeio. Entrei na Roseiras, virei para a Tiradentes e me assustei: Porque havia tantas motos paradas? Seria comando? 
Diminuí a velocidade e fui chegando... 
Vi um sujeito bigodudo, gordão, em uma moto incrível. Uma Ducati 848. 
Eu também parei ali, afinal, não é todo dia que se vê uma moto daquela, e como fazia muito tempo que eu não pedalava tanto, estava com a boca seca, os pulmões estourando, as pernas tremendo de fadiga. 
Sentei-me na calçada, extremamente cansado, e olhava curioso o gordão da moto, que só faltava dar autógrafos para tantas pessoas, tamanha a curiosidade destas. 
Rodeavam o sujeito por todos os lados, e um deles, sem querer, esbarrou na minha bicicleta, que estava apoiada com o pedal na calçada, fazendo com que ela caísse do meu lado, sobre minha perna direita, e aí, começou a confusão.
Alguém achou que eu é que tinha caído da bicicleta. Não permitiam que eu me levantasse, afirmando que eu teria que esperar a viatura do Resgate, pois podia ter quebrado algum osso, ou algo assim. Tentei explicar, mas, tamanha era a solicitude daquela turma, tanta gente querendo ajudar... Cada vez que tentava levantar me seguravam, e eu resolvi ficar por ali, mesmo, na posição que eu estava.
O pior foi quando um sujeito resolveu ligar pra Betinha, avisando que eu me acidentara, mas já estava sendo socorrido, e que o Resgate estava me levando para o Hospital de Clínicas. 
De dentro do resgate eu próprio liguei para ela e expliquei tudinho.
Dali a pouco chegaram, ela e o Samuel, ao HC, para me buscar e tomarmos um sorvete para comemorar.
Ainda bem que o segurança da revendedora de veículos, ali ao lado, tomou o cuidado de guardar a minha bicicleta, senão o prejuízo era maior.

Um comentário:

  1. Você está de parabéns meu amigo, precisamos de estórias e contos inocentes e sem pretensões de serem Best Sellers. DEUS te abençoe.

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Deixo claro que:

Quando me ponho a pensar, logo penso em pescar.

Mas é bom pescar,
pois, enquanto pesco, dá para meditar.
Sentir o peixe pegando,
sentí-lo comendo a isca...
É um prazer maravilhoso,
Sei que não há quem resista.
No final do dia, cansado, com vários peixes no covo,
já estou desestressado, pronto pro trabalho, de novo.


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