Penha, zona leste de São Paulo, lá pelo ano 1957 ou 58, nossa “turminha” era composta de oito ou dez meninos,
companheiros constantes nas “artes” e brincadeiras, e, em alguns momentos as meninas também podiam participar, elevando o número a mais de vinte crianças.
As brincadeiras eram as mais diversas: balança-caixão,bate- bola, bolinhas de gude, queimada, chutar-lata, esconde-esconde, mão-na-mula, etc..
Além disso tudo, brincávamos com os inventos da hora, pois tudo era motivo e qualquer coisa servia para brincar.
Lembrando disso, me veio à mente o dia em que fizemos o enterro do gato.
Todos da turminha já tivéramos a oportunidade de ver algum cortejo fúnebre, solene, quando grandes grupos de pessoas levavam o caixão ao cemitério. Parecia uma grande procissão, todos com ar triste, acompanhando os familiares chorosos...
Talvez nenhum de nós soubesse exatamente porquê daquilo, mas sabíamos que era um momento importante, marcante, onde as crianças não participavam, a não ser andando próximas aos adultos.
Um dia resolvemos fazer algo parecido, e quero contar como foi:
O o Flávio tinha um gato, daqueles grandões, preto e branco, já velho e sem dentes, e, como ocorre com todos os seres vivos, um belo dia, morreu. Esse gato era um animal amigo de todos nós, então decidimos lhe dar um sepultamento à altura.
Lembramos da necessidade de um caixão, e saímos à procura. Caixa de sapato não dava, era pequena, caixa de sabão era grande demais. No armazém do Sr. Pompeu, italiano amigo, conseguimos uma caixa no tamanho certo.
Munidos de algumas flores silvestres, nos organizamos e saímos em marcha, rumo a um dos lotes vazios, para sepultar o bicho, mas, como a distância até o terreno era muito pequena, decidimos dar a volta no quarteirão. Íamos batendo paus, latas e tudo o mais, a fim de chamar a atenção e tornar mais glorioso o cortejo. Foi um sucesso!
Chegados ao lugar escolhido, cavamos um buraco, onde colocamos a caixa, cobrimos de terra e flores, e fincamos um pau como marcação.
Depois, fomos todos à casa do Flávio tomar uma limonada, com o senso do dever cumprido.
Poucos gatos tiveram um sepultamento tão pomposo, mesmo que, altuns dias depois, poucos se lembrassem do ocorrido.
Velho Pescador.
companheiros constantes nas “artes” e brincadeiras, e, em alguns momentos as meninas também podiam participar, elevando o número a mais de vinte crianças.
As brincadeiras eram as mais diversas: balança-caixão,bate- bola, bolinhas de gude, queimada, chutar-lata, esconde-esconde, mão-na-mula, etc..
Além disso tudo, brincávamos com os inventos da hora, pois tudo era motivo e qualquer coisa servia para brincar.
Lembrando disso, me veio à mente o dia em que fizemos o enterro do gato.
Todos da turminha já tivéramos a oportunidade de ver algum cortejo fúnebre, solene, quando grandes grupos de pessoas levavam o caixão ao cemitério. Parecia uma grande procissão, todos com ar triste, acompanhando os familiares chorosos...
Talvez nenhum de nós soubesse exatamente porquê daquilo, mas sabíamos que era um momento importante, marcante, onde as crianças não participavam, a não ser andando próximas aos adultos.
Um dia resolvemos fazer algo parecido, e quero contar como foi:
O o Flávio tinha um gato, daqueles grandões, preto e branco, já velho e sem dentes, e, como ocorre com todos os seres vivos, um belo dia, morreu. Esse gato era um animal amigo de todos nós, então decidimos lhe dar um sepultamento à altura.
Lembramos da necessidade de um caixão, e saímos à procura. Caixa de sapato não dava, era pequena, caixa de sabão era grande demais. No armazém do Sr. Pompeu, italiano amigo, conseguimos uma caixa no tamanho certo.
Munidos de algumas flores silvestres, nos organizamos e saímos em marcha, rumo a um dos lotes vazios, para sepultar o bicho, mas, como a distância até o terreno era muito pequena, decidimos dar a volta no quarteirão. Íamos batendo paus, latas e tudo o mais, a fim de chamar a atenção e tornar mais glorioso o cortejo. Foi um sucesso!
Chegados ao lugar escolhido, cavamos um buraco, onde colocamos a caixa, cobrimos de terra e flores, e fincamos um pau como marcação.
Depois, fomos todos à casa do Flávio tomar uma limonada, com o senso do dever cumprido.
Poucos gatos tiveram um sepultamento tão pomposo, mesmo que, altuns dias depois, poucos se lembrassem do ocorrido.
Velho Pescador.
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